Prog

Prog

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Vamos Saber um Pouco Mais

Rock Progressivo – Vamos saber um pouco mais!

Hey Hey Hey!


Hoje vou falar do Rock Progressivo, ou, simplesmente progressivo (como um adjetivo para designar quase todo tipo de música): esta, talvez, seja a expressão mais significativa dos anos 60 e, provavelmente, sua contribuição mais durável para a música de hoje. Quem criou o termo ou empregou-o pela primeira vez é impossível dizer. O único fato sabido é que ele surgiu na metade da década de 60, exatamente no perído em que surgia a coisa a ser por ele designada: o psicodelismo, a experimentação, o rock como forma musical distinta do rock ‘n roll e do pop.
De fato, para os brasileiros, rock e rock progressivo são, praticamente, a mesma coisa, apesar que o pensamento está mudando muito de um tempo pra cá. A quase totalidade da informação musical rock que chegou ao Brasil e informou músicos e platéia é composta de rock progressivo do fim dos anos 60. Para ingleses e americanos, é fácil distinguir o que é rock ‘n roll e o que é pop. São todos fenômenos oriundo, espontâneamente, de sua vida cultural, alimentados por uma série de pontos de referência. Mas, hoje, nós, brasileiros, também temos mais facilidade para distinguir isto, pois somos bombardeado de informação pelos produtos das companhias fonográficas internacionais.
A expressão rock progressivo designa um conjunto de ideias que se cristalizaram a partir do modo de viver de setores da juventude de classe média, inglesa e americana, na década de 60. Essas ideias são, em grandes linhas, as seguintes: 1ª) a música produzida e consumida por essa juventude seria um fenômeno em permanente evolução, ampliando formas, sons, conceitos, misturando e experimentando tudo o que estivesse ao alcance; 2ª) dessa forma, essa música não seria apenas entretenimento, mas uma expressão da realidade e dos anseios de seus produtores/consumidores, em outras palavras, seria arte; 3ª) os artistas que fizessem essa música deveriam estar, como ela, em permanente evoulução, fazendo obras sempre distintas umas das outras e, implicitamente, de maior qualidade, sempre; 4ª) subjacente a tudo isso, estaria claro que música e músicos estavam evoluindo para algum lugar, ou seja, a música não se resolvia nela mesma, mas aspirava nela mesma, mas aspirava uma transcendência, um chegar-a-algum-lugar. Isso tudo numa só palavra: PROGRESSIVO!

Bob Dylan
Todas essas noções eram desconhecidas no mercado da música de massa (pop music) até então. (O jazz, está claro, já se ocupava disso há tempos, mas ele era uma corrente paralela, embora não isolada do mercado de massa). O rock ‘n roll, que seria o material básico na construção do rock progressivo, ignorava qualquer um desses conceitos. Artistas não mudavam de repertório ou imagem sob pena de perderem suas plateias. Se o faziam, era justamente obedecendo a injunções comerciais. Elvis Presley, por exemplo, descobriu que era mais interessante e lucrativo cantar para garotos e seus pais, daí a profusão de baladas que marcaram o trecho final de sua carreira.
O primeiro artista a desafiar essas noções estabelecidas e preparar o terreno para o progressivo foi Bob Dylan. Dylan surgiu como um cantor Folk, passou a bordo do protesto, incorporou instrumentos elétricos e o rock voltou às raízes country sem avisar oy consultar ninguém. E, mesmo sofrendo no início críticas e até vaias, acabou criando uma plateia imensa e diversificada, reunindo e transcendendo todos esses gostos musicais, tornando-se um dos maiores ícones da história musical.

Mas o Rock Progressivo só surgiu mesmo a partir de 1965, com a colaboração, em partes iguais, da cena flower-power da Califórnia e do psicodelismo inglês dos Beatles. O ponto de contato dessas duas correntes está em 1967, no LP Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band. Nesse álbum estavam expressas, com clareza, todas as ideias que fundamentam o conceito de “música em progresso”, ou seja, rock progressivo. Basicamente, não era só um produto de vinyl, um objeto de consumo, uma curtição para divertir: era uma obra de arte, concebida como tal e destinada a expressar o pensamento e os anseios de uma plateia em potencial!


No Brasil, cerca de 90% da geração de músicos e compositores que se diz influenciada pelo rock é, na verdade, informada por rock progressivo. Talvez apenas Raul Seixas, Erasmo Carlos, Made In Brazil e Rita Lee guardem em sua música resquícios do rock ‘n roll original, da música pop e da música negra que compõem as demais vertentes do rock. O restante do cenário que se auto-intitula de rock brasileiro é, em última análise, bandas com um conhecimento defasado do ambiente progressivo americano e inglês. Aqui, o termo rock se tornou, via de regra, sinônimo único e exclusivo do rock progressivo, e isto se explica pela própria formação dos músicos, pessoas de classe média que descobriram o rock via Beatles (de 67/68), Cream, Hendrix, Led Zeppelin e Yes. É também interessante notar que, à semelhança do que ocorre na América e na Inglaterra, os jovens de classe média das cidades brasileiras, quando escolhem algum ritmo estrangeiro para sua preferência, a maioria fica sempre com o rock ‘n roll pesado.
Amanhã o R. Makaron irá postar uma matéria sobre o Rock Progressivo Brasileiro, e você saberá um pouco mais sobre uma banda que faz esse som. Espero que as bandas que fazem Rock Progressivo aqui no Brasil apareçam mais no cenário musical, chega dessas bandinhas repletas de viados. CHEGA!

Nenhum comentário:

Postar um comentário